Na época da universidade, eu tinha um amigo que trabalhava como estagiário na seção de informática do campus. Um dia, ele me chamou para trabalhar junto com ele, já que tinha aberto vaga, e eu topei. Conversei com o chefe da seção, nem precisou de currículo. O estágio era ótimo, a gente tinha contato com todo tipo de pessoa na universidade e, de vez em sempre, tinha tempo livre pra ficar na internet.
Um desses dias, meu amigo trouxe algo diferente: um dado D20. Aquilo era novidade para mim; nunca tinha visto um antes. Ele, bem pilantrão, deu a ideia de usar o dado para decidir quem atenderia os chamados ou iria buscar computadores para manutenção.
Eu aceitei né! É o tipo de brincadeira que não faz mal a ninguém, e deixa o serviço mais engraçado. Quando o telefone tocou pela primeira vez, a competição começou. Meu amigo jogou o dado primeiro e acertou um 19. Na minha vez, sem muita esperança de ganhar, eu joguei e… um 20! Dei bastante risada, e o telefone tocando.
Ele pediu revanche. Ele rolou um 18 e eu, pra surpresa dele, tirei outro 20! Mano, MUITO surreal. Ele não queria desistir e mandou “Vamo de novo”. Daí aconteceu o mais incrível: ele tirou um 1. Eu não ia jogar mais, pra mim já estava decidido, mas ele falou pra eu jogar novamente. Rolei de novo, 20!
Ele ficou transtornado, e teve que atender o telefone. Depois de atender, ele me entregou o d20 e eu: “Ué?”" e ele: “Mano, esse dado é seu”. Eu disse “Mas porque?”. E ele: “Dá uma olhada na probabilidade de tirar três 20 seguidos”. Uma em oito mil. Nunca ganhei um sorteio na minha vida, mas pelo jeito eu gastei toda minha sorte e meu prêmio foi não precisar atender um telefone.
A gente perdeu contato, tipo, sei o nome dele, tenho ele no facebook, mas os caminhos que tomamos divergiram, sabe como é…
Tenho o D20 até hoje.