Com o Brasil ficando tão quente quanto o Rio de Janeiro, e a possibilidade de um governo competente e grandes forças sociais sendo mobilizadas para realmente combater as tsunamis de calor, temos que pensar em larga escala o que pode ser feito para pelo menos sobrevivermos esse inferno na terra.

Gostaria de pensar em conjunto soluções “simples,” adequadas às realidades materiais brasileiras, que podem sanar esse problema até uma possível revolução. Isso inclui tanto métodos individuais (coma menos carne e mais frutas suculentas), quanto soluções que dependam de uma mobilização social local (distribuição de água refrigerada em centros importantes).

Segue algumas ideias que eu pensei. Eu imagino que não são todas boas, mas é um começo:

Individuais:

  • Reduza o foco da sua alimentação em comidas gordurosas, quentes ou de difícil digestão, foque em comer frutas, sucos e saladas.

  • Reduza o café. Até onde entendo ele ainda aumenta sua temperatura corporal mesmo gelado, mas caso seja necessário pelo menos tome ele gelado mesmo.

  • Beba água o tempo todo. Não só te ajuda com desidratação e regulação térmica, mas dá prejuízo pro patrão.

  • Se em home office, você pode fazer alguns improvisos para resfriar o ambiente sem precisar gastar com um ar condicionado. Uma solução que eu fiz no momento é colocar uma toalha encharcada na parede, e um ventilador apontando para ela.

  • Desligue eletrônicos como computadores sempre que não estiver usando. Eles geram muito mais calor do que aparentam.

  • Obviamente não tome banho quente.

Coletivas

  • Toda loja que contiver um número grande de freezers (supermercados) deve disponibilizar água refrigerada gratuita para qualquer pessoa que pedir.

  • Ar condicionado nos ônibus. Eu não sei como chegamos nesse ponto, mas ainda existem ônibus sem ar condicionado em algumas cidades, e isso é um risco de morte.

  • Instalação de mais bancos com coberturas em pontos de ônibus. Em BH vários pontos são direto no Sol, e a instalação e manutenção desses pontos fica nas mãos de empresas com licitações, que ficam apenas nos pontos onde conseguem colocar painéis de propagandas.

  • Galerias com fachadas serem obrigadas a instalarem coberturas do sol para as suas calçadas.

  • Instalação em bancos (de sentar) dentro de bancos (de dinheiro), já que eles estão situados em posições estratégicas em centros e estão sempre refrigerados.

Dois exemplos de ideias que eu imagino serem boas, mas lamentavelmente não são possíveis em tempo hábil seriam a instalação de mais árvores de copas largas (como Ipês) em ruas de cidades onde elas conseguem viver ou instalação de bebedouros públicos em pontos estratégicos. Ambos projetos parecem precisar de muito tempo que nós não temos no momento.

O que vocês acham? Tem mais idéias para adicionar?

  • Alec@lemmy.eco.br
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    1 year ago

    Não se trata de ver como luxo, é um luxo, não é acessível pra todas as pessoas, e a conta de luz só sobe então não é só uma simples escolha.

    • Ivanovabr@lemmy.eco.br
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      1 year ago

      Justamente. Precisa deixar de ser um luxo como a geladeira deixou de ser. Quando minha mãe era criança deixavam na porta um gelo gigante que servia para gelar os alimentos o dia todo. Pode imaginar você acordando cedo para buscar um gelo gigante nas costas para refrescar seus alimentos todo o dia? Era assim. E se dormisse demais, adeus geladeira. E isso era um luxo na época. Hoje todo mundo tem geladeira em casa. Algo que vai evitar que as pessoas, literalmente, morram precisa urgentemente deixar de ser considerado um luxo.

      • Alec@lemmy.eco.br
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        1 year ago

        Os tempos são diferentes, na época existia bem menos eletrodomésticos. Mesmo se hoje o equipamento do ar condicionado se tornasse mais acessivel o problema da energia permaneceria. Mas acho muito dificil por uma coisa ser necessária pra nossa sobrevivencia ficar acessivel, o capital manda e se houver mais demanda pra isso vai ter muita gente se aproveitando pra aumentar as margens de lucro, a não ser que o próprio governo definisse que ia diminuir o imposto e forçasse as marcas a repassar valores menores pro comprador.