Parece ser uma sina dos países periféricos trabalharem para o bem estar dos países metrópoles
Estes mesmos países que desenfreadamente se industrializaram e emitiram quantidades exorbitantes de Co2 são hoje os países mais ricos do planeta.
Países ricos que se industrializaram e enriqueceram queimando combustíveis fósseis a rodo conseguiram elevar o padrão de vida de seu povo e agora decidiram que a nobre missão de salvar o planeta cabe aos países emergentes principalmente países da América do Sul como o Brasil que até hoje espera por essas esmolas de créditos de carbono.
Tem algum texto detalhado sobre isso? Isso me pegou de surpresa.
Me parece mais uma medida protecionista pra economia estagnada européia, disfarçada de boa ação. Acredito que pode ser um tiro no pé, com China, India e Rússia podendo facilmente suprir a demanda européia pelos produtos taxados. Agora qual a função disso no Brasil eu não faço ideia.
Não tenho certeza, mas pelas fontes que eu achei parece que o agronegócio (um dos mais poluentes) vai estar excluído desse esquema. E toda discussão que eu achei da mídia burguesa foca mais só em como esses créditos vão agir como ativos comercializáveis, ou seja, mais domínio financeiro até na economia de poluição.
Mas também não acho que reparações históricas, tanto pelo colonialismo extrativo quanto pela poluição, vão fazer alguma diferença enquanto o Brasil se mantiver um estado burguês. Vão ser apenas direcionadas à mesma burguesia nacional poluente, que provavelmente vai só converter esse dinheiro “verde” em mais capital, que se dermos muita sorte vai ser meio útil pra combater a crise climática.
Parece um tiro no pé coletivo pra todos ideologicamente honestos. Social-democratas efetivamente desacelerando a economia e dando o controle da regulamentação pra empresas financeiras privadas, e liberais honestos (trouxas) atrapalhando a criação e manutenção de pequenas empresas competitivas. Só quem ganha são os monopolistas (principalmente estrangeiros), que tem dinheiro infinito pra bancar esses créditos sem mudar nada.